Menina que fazes aqui
Triste sozinha
Machucada e abandonada
Nessa terra do nunca
Porque cá vieste
Parada esteve
A enriquecer nosso chão de lágrimas
A encher nossos olhos de dor?
Menina diz-me teu nome
Quais são teus pais
Ode é que moras
Porque surgiste cá a estas horas?
E a menina, com um semblante frágil e degradado
O rosto cansado, coração machucado
Diz assim ao interrogador
Verdade, meu nome é verdade
Vim trazer culpa e súplica
Vim abominar o seu ser
Porque tu, ó consciência
Está há muito tempo fadada
Estás faz horas, pesada
Deverás pagar, o teu preço.
E nada mais dolorido,
Para uma consciência manchada pelo conhecimento de ter errado
Do que encarar a verdade
Onde os sonhos vivem para sempre
Nenhuma verdade é absoluta
Nenhuma palavra é dominante
E esse lugar não é onde estás