A História de Analice
“Flutuando, entre um tempo e outro, imagens vão se formando em minha mente.
Não me lembro de nada. Onde estou, quem sou. Nada. Parece que acabo de acordar de um longo sonho, amortizada ainda pela sonolência, onde pequenas pistas mostram o caminho, flashes de lembranças que não sei se me pertencem. Uma vida toda dispersa em minha memória. É como uma velha história da infância, mas quais são as respostas certas, se estou perdida, aqui, nesse lugar? Meus olhos custam a se acostumar com a falta de luz noturna, lugarejo tão escuro que meus próprios pensamentos se encontram nublados e incertos.
Animais, notívagos, provavelmente são os culpados dos sons sombrios.
O pio da coruja me fez lembrar os clássicos de terror com a menininha perdida na floresta. Agora eu era aquela menininha. A minha dúvida era se ficava curiosa com qual seria o meu fim ou se temia meu assassino, mas que comparação idiota que fiz melhor esquecer os filmes de terror ainda mais aqui... nesse lugar horrendo. Tento afastar meus pensamentos dessa linha. É só um lugar qualquer, uma coisa que outrora fora uma floresta e hoje estava seca e sem brio. A final na mata, principalmente à noite, tudo parece sombrio, assim que o dia chegar eu vou perceber que era apenas um medo tolo, ao menos espero que isso aconteça.
O luar no céu envolto de neblina parece tentar me auxiliar a procurar uma saída, a encontrar uma esperança. A única coisa que parecia amigável por aqui. Mas como dizia Edgar Allan Poe, que esperanças tem a quem só ouve o bater do próprio coração?
O ar está denso, pesado, como que por um presságio do que estava pela frente. Por hora não sei o que seria mais desolador, a solidão dessa região estranha, ou a dor de meu coração, outro fato que não sei explicar. Mas tudo está tão vago, tão disperso, tão sombrio, que canso em tentar recordar e voltar para o nada sem mais nem menos, retomar ao vazio.
Passo a passo, atenta sobre o terreno acidentado, porém não ínigreme, da floresta sem vida, ouço ruídos que até agora só estavam presos à minha imaginação. Você Já ouviu o uivo de lobos?
Provavelmente não foi nada parecido com isso. Nada que sequer pudesse igualar-se, ao tamanho do pavor que me causou. O criador da palavra medo, deve ter usado mal seus termos, mas aí, quando caracterizarmos esse sentimento, é que ele toma forma dentro de nós. Frio, batimentos acelerados, paralisia, temor, ânsia e angústia. Não há palavras que possam caracterizar melhor o que senti, do que estas.
Quando você vê um filme de terror, sente medo mesmo sabendo que aquilo tudo é ficção. Mas quando sente as coisas na pele, parece que mata a si mesmo com pavores tão urgentes e intensos. Porque o pânico é o que aflora. Caminhando um pouco mais, avistei um pântano lodoso, cheio de cobras e seres peçonhentos, ali, com certeza não devia ficar. O pântano Imundo, dava ao que antes deveria ser um bosque bem amplo, cujo rio banhava suas terras dando vida à fauna e flora. Rio extinto, virado em barro e lama agora, era cortado por uma alta ponte, de onde provavelmente poderia observar todo o repugnante lugar, e encontrar uma saída dali.”
A menina, em cima da horrenda ponte, fazendo expressão de repugnância, olhava surpresa ao seu arredor. Chocada, gerou seu raciocínio.
Estava olhando, este tempo todo, estava divagando para nada mais nada menos, que dentro de si. E o que avistava podre, amargo e cheio de dor, era seu coração.
Como em um transe, de quem volta ao real, deu dois passos para frente, não mais em seu perturbado sonho, e saltou sobre a ponte de 120 metros, indo cair lá na água, onde suas caldas profundas pudessem levar embora suas mágoas.
nossa vc esta de parabens msm o texto ficou show e este desenho entao sem palavras achei td o maximo parabens
ResponderExcluirFinal perfeito, xD
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